Lição Haitiana
Até quando, precisaremos de tragédias, para nos unirmos?
Até quando, precisaremos de catástrofes, para sentirmos,
Para nos lembrarmos, que somos todos irmãos?
Que nos é fundamental, para continuarmos a existir,
Que mantenhamos estendidas as mãos?
Não nos resta outra opção para prosseguir!
O Haiti está nos fornecendo uma lição, que espero, seja definitiva.
Ali, a vida era tão precária, quanto aflitiva!
Se as nações souberem agir planejadamente,
A existência haitiana brotará mais forte, indubitavelmente.
Com os preciosos recursos,
Oriundos de todas as partes do mundo,
Os sobreviventes poderão se erguer
De forma mais humana, do que estavam a subviver...
Muitos, ainda, partirão doentes...
Outros, irremediavelmente, dementes!
A dor enlouquece.
O convívio com a morte enfraquece.
Mas, os que suportarem,
Os que, heroicamente, aguentarem,
Terão a chance de ver nascer uma nação,
Acima de qualquer ilusão.
O haitiano tem tendência à alegria.
É pacífico. Só precisa de harmonia.
O que me pergunto é: por que só agora o mundo se mexeu?
Por que, só agora, a humanidade percebeu,
Que era preciso ajudar aquela população,
Não só com dinheiro, mas, principalmente, com orientação.
Sem segundas intenções,
Ou maquiavélicas manipulações...
O Haiti se transformou numa excelente oportunidade,
De o homem exercer sua humanidade,
De estender o manto da cumplicidade,
De multiplicar sua sensibilidade.
Por enquanto, estamos indo bem.
Será preciso ir além...
Fazer o que nunca foi feito, nunca foi testado.
Por isso, exatamente, aposto num positivo resultado.
O poder invencível da solidariedade,
Há de brilhar com toda sua potencialidade,
Com sua energia renovadora,
Incrivelmente, inspiradora...
Há de alterar, completamente, a configuração do planeta.
Tenho a mais absoluta certeza!