Filhos do terremoto
Nem um eclipse ao amanhecer,
nem a arrogância das tempestades,
nada que fizesse a alma antever,
tão cruel e repentina maldade!
Anjos nascidos no ronco insano,
de algo que não ouviu seus ais,
e os deuses, em um outro plano,
indiferentes talvez, levavam os seus pais!
Que será dos pequeninos agora,
que o surdo trovão lhes benzeu a vida?
Olhos perdidos sem a doce aurora,
que trazia o beijo da mamãe querida!
Nas serras azuladas daquele país,
que faces terão estes pequenos no porvir?
Façamos, mas não em textura de giz,
uma alegria eterna, capaz de fazer sorrir!