D E U S

DEUS

Quantas estradas percorri

Quantas montanhas escalei

Sempre a tua procura,

Com desespero dia e noite te gritei...

A voz já não me sai,

E me sinto enfraquecido,

Pelo descaso da sorte!

Deus!...

Sei que és meu Pai,

Que não me tens esquecido,

A mim que sinto dores,

E que tenho medo da morte!..

***

Este lamento ouvi,

Quando passava pela calçada,

Numa rua deserta e fria,

De uma cidade qualquer...

Parei.

Curvando-me, tomei lhe a mão,

Falei-lhe de coisas bonitas,

Coisas que saem do coração...

Lembrei-me das flores do campo,

Que na rudeza de uma vida,

Sedentária, frágil, e curta,

São belas, alegres, perfumadas!...

Não choram nem reclamam,

Porque o homem tem vida melhor!...

Jogadas ao chão,

Sujeitas às intempéries do tempo...

Sob o sol ardente,

Só tomam água, se lhes dão!...

Quantas tremem de frio,

Até de fome, muitas fenecem,

Curvando sobre a haste, auréola colorida...

Tombando à terra, Rainhas da beleza,

Silenciosas, perfeitas...

Amantes do Criador!

Levanta homem,

Sê como a flor...

Se estás na terra, alguma coisa vieste fazer...

Olhe dentro de ti e procura,

O que estás a temer?...

Faça um balanço em tua alma,

Recupere o tempo perdido...

Sê como a flor...

Cumpra tua sina com calma...

No peito coração arrependido...

Repara teus erros irmão,

Não deixa para trás o teu tesouro...

Caído, estendido ao chão!...

Sê fiel a ti mesmo,

Levanta a cabeça e caminha!...

Sê como a flor,

Amante do teu Criador!...

Marllene Borges Braga
Enviado por Marllene Borges Braga em 18/01/2010
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