Atracada ao Porto
Atracada ao Porto da solidão
Os homens atravessam balsas
E navegam sem rumo
Dirigidos por uma bússola imaginária.
A mulher sente o tempo de rusgas e mágoas.
Entre nevoeiros e rochedos
Os mares ficam densos.
Espelham a imagem da imperfeição.
Os olhares dos homens solicitam
A compreensão do silêncio.
Clamas piedade.
Atracada como um verde campo olhar
Apalpa o horizonte e solicita que se acanhe.
O mar encobre luzes e respingos.
Os navegantes paralisados.
O tempo rompe a passagem,
Os homens a idolatram,
O que seria do Porto sem as Carrancas?