O QUE QUERO

Não tenho o que quero, não posso agora, nem já,

se espero, não vem, então atrás estou sem cansar,

e na primeira vem a onda que te desce,

na segunda um detalhe que se esquece,

mas não desisto arrastando ainda tento,

três vezes, muitas vezes, com certeza eu agüento,

ta levando e apanhando, e vem correndo e aprendendo,

eu pulo, desvio, tropeço, pois

não entendem aquilo que peço,

só um pedaço do resto de nada, só e solto de pé na estrada,

já caí, levantei e com a metade de nada fiquei,

se levaram, se tomaram, de premio não irei,

e eu não paro, não canso e nem deito,

quebrado, ralado, esfolado, estufo meu peito,

e de graça eu não entrego, de correntes não me rendo,

e se dizem e apontam, se acusam eu nego,

e inalcançável vou correndo, vencer, pode crer, tudo que quero.