A CIGANA E A LUA

A lua rasga o véu e surge bela

A escuridão é imensa mas ela a torna dia

Saudade sente da pele da morena

Que tantas noites lhe fez companhia

Ciúmes tem do vento audacioso

Que beija a face da morena com ousadia

Uma nuvem passa demoradamente

Como a proteger desse desgosto

Com medalhas e penduricalhos em tua saia

Ela bamboleia a cintura tão bela

Brinca com o véu como se fosse o tempo

Sonha com o companheiro da corritela

A lua assiste tão graciosa cigana

Dançando como se tivesse platéia

Do céu manda uma estrela de presente

E a dança continua tendo a lua como sentinela

A noite vai terminando

O braseiro da fogueira dorme em cinzas

A cigana dançou para a lua

A lua não se cansa para a bela gitana