O TEMPO E O ESPAÇO
Damião Cavalcanti
Desejaria que tempo fosse como espaço,
Que o quando se confundisse com o onde;
Pegasse o hoje e colocasse no amanhã,
O bom passado pudesse ainda ser presente.
Desejaria que o tempo fosse palpável
Para acariciar os momentos prazerosos,
À meia noite o nostálgico sol poente,
No novo amor o vigor do sol nascente.
Que bom seriam tempo espaço como gêmeos,
Muitos finitos infinitos ficariam,
Os sem fim estariam ao nosso alcance,
Semelhantes a horas no terraço.
Aquelas datas de minutos amorosos,
Iguais a camas com prazeres recorríveis.
Falta de tempo seria uma distância,
Tão encurtada, dependendo d’alguns passos.
E se o espaço concordasse assim ser,
Tornar-se-ía leveza como plumas,
Carregaria-se puxado pelo vento,
Boas surpresas em grutas oportunas.
Ah! Se o espaço fosse igual ao tempo,
Os teus desejos seriam imediatos,
Correndo mares em apenas alguns átimos,
Amor em sonho seria amor em ato.
Nessa hipótese de desejável teoria,
Sem comprometer a da relatividade,
Teu amor um jardim paradisíaco,
Sem morrer flores, cada botão a nossa idade.
O outono, folhas de macio leito,
Forrando o chão, espera do inverno.
Verão suave esquentaria o teu corpo,
Na primavera desse espaço quase eterno.
Damião Cavalcanti
Desejaria que tempo fosse como espaço,
Que o quando se confundisse com o onde;
Pegasse o hoje e colocasse no amanhã,
O bom passado pudesse ainda ser presente.
Desejaria que o tempo fosse palpável
Para acariciar os momentos prazerosos,
À meia noite o nostálgico sol poente,
No novo amor o vigor do sol nascente.
Que bom seriam tempo espaço como gêmeos,
Muitos finitos infinitos ficariam,
Os sem fim estariam ao nosso alcance,
Semelhantes a horas no terraço.
Aquelas datas de minutos amorosos,
Iguais a camas com prazeres recorríveis.
Falta de tempo seria uma distância,
Tão encurtada, dependendo d’alguns passos.
E se o espaço concordasse assim ser,
Tornar-se-ía leveza como plumas,
Carregaria-se puxado pelo vento,
Boas surpresas em grutas oportunas.
Ah! Se o espaço fosse igual ao tempo,
Os teus desejos seriam imediatos,
Correndo mares em apenas alguns átimos,
Amor em sonho seria amor em ato.
Nessa hipótese de desejável teoria,
Sem comprometer a da relatividade,
Teu amor um jardim paradisíaco,
Sem morrer flores, cada botão a nossa idade.
O outono, folhas de macio leito,
Forrando o chão, espera do inverno.
Verão suave esquentaria o teu corpo,
Na primavera desse espaço quase eterno.