A NATUREZA DA NATUREZA

(Cena da ira da natureza após a reunião dos 15 Copenhague)

a) Vilson Dias Lima

Por que tristeza tamanha?

Por que tamanha sanha?

Nada te fiz

Sempre te agradeci:

Pela chuva ao seu tempo

Pelo ar brando que respiro

Pelo sol ameno de todos os dias

Pela lua nas noites escuras

Pelo mar sereno

Pelos amigos animais

Pelo verde das matas

Por mais o quê?

Por que tamanha sanha:

A chuva é tempestade

O ar me sufoca

O sol me queima

A noite me entristece

A fúria do mar é incontida

Animais aniquilados extintos

Matas aos gritos de súplica

Tu fazes tudo isso

Só por que nada fiz?

Eu te rogo natureza

O rogo do pecador

Não ira por meus pecados

Escuta meus gemidos

Na remição, abranda os remidos

Amena a tua ira

Sobre os filhos meus.

Não tenho pena

Desça sobre a cabeça

Do bando dos quinze debandados

A tua pena

Estes sim. Tudo fazem

E nada fizeram.

Vilson Caraíbas
Enviado por Vilson Caraíbas em 23/12/2009
Código do texto: T1992002
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