Deusa
A aliança que ainda uso,
a flor que replantei
e o esquecido poema que achei,
são os proféticos sinais
de que não mais amarei
como em certo tempo amei.
Porque convivi com a Vida,
fiz-me cativo
e jurei solene e conciso
esperar a volta daquele sorriso.
Mas tu, deusa Afrodite,
és o verso que resiste
e a esperança que insiste
De que em qualquer dia, em qualquer hora,
eu ouça tua voz e esqueça a demora.
E nada hei de dizer, apenas deixar
tua presença tomar
esse espaço de amar.