TATEANDO
Dedos hábeis que acolhem a pena,
que enfeitam-se de anéis,
que imprimem digitais em papéis,
que tateiam a vida plena.
Dedos que por vezes transformam-se em garras,
unhas aguçadas que rasgam a alma na escrita,
bradando as auguras da vida abertas em escaras
abordando friamente dolorosas feridas.
Dedos que docemente a face toca,
que afagam e se afogam,
que seguram a mão indecisa,
que encorajam de maneira precisa.
Dedos que rastreiam a VIDA!
Dedos imaginários da poesia
libertadores de preconceitos,
dedos castos em seus segredos,
dedos de mãos vencedoras.
Aglaure Corrêa Martins 18/12/09