LUZ LIBERTA

Quando o sopro do tempo

atinge os labirintos da vida,

aparece o cortejo

das paisagens do viver.

Os declives olham-me

debruçados no alinhamento

das pedras.

Passos lentos relembram

tantas auroras

no caminhar do pensamento.

O tempo é tão abstrato...

Às vezes perco-me

e não sei o que faço,

tento desenrolar

o filme do destino

soterrado dentro dos meus labirintos,

com pegadas surdas e mudas,

a procura de um solo fértil

para plantar meus pés.