Julgamento Dicionalizado

Sou um aspirante a poeta, sou um assassino

Que leva ao assassinato, homicida

Quem comete homicídio, indivíduo

A pessoa humana, considerada como ser único, indivisível

Não sou divisível, tenho um cúmplice

Um parceiro, co-participante do meu crime

Violação da lei penal, mas não é organizado

Não estão estabelecidas as bases, porém estamos preparados

Temos competência para determinada atividade, não somos produto

Não sou um resultado, nem uma conseqüência

Tenho minha própria conclusão, fruto de muita dedução

Sou um processo que parte do geral e chega ao particular

Especial e singular, uma pessoa qualquer, reservado

Retraído e discreto, sou um culpado indireto

Com a palavra eu mato a ignorância

Que ignora ou que desconhece, sem instrução

Ensino, cultura ou saber, não há explicação

Não está claro, não preciso dar satisfação,

Pois não sinto prazer e tampouco estou contente

Alegre e muito menos jovial, sou um réu brutal

Cruel e perverso, o que cometi foi chocante

Que choca, ofende, mas não quero perdão

Não peço remissão de penas, admito que sou culpado

Sou criminoso, causador de um mal, não temo um castigo

Punição, pena imposta por quem tenha autoridade

Direito ou poder de dar ordens, apesar de não me influenciar

Não sofro influência do mundo ignorante, pois sou capaz de pensar

Formar na mente idéias, conceitos, logo existo

Não sou inocente, também já consegui acertar

Atingir com precisão, corrigir, ajustar-me ao mundo

À humanidade, à vida mundana e medíocre

Que não é boa nem má, por isso não tem sentido

Triste, magoado, sem propósito, ser sem razão

Raciocínio, bom senso, sem causa nem motivo

Objetivo ou intuito, tenho somente um pretexto

Razão fictícia, mas aparentemente aceitável, oculta a verdade

A realidade, pura sinceridade, o princípio certo

Exato e preciso, que não tem erro, aquilo que eu procuro

Esforçand-me para encontrar, pesquiso, investigo, não posso desistir

Abrir mão, não prosseguir, se eu não o fizer, quem o fará em meu lugar

Espaço ocupado, região, posto, posição, ocupado pela minha alma

Princípio da vida, a parte espiritual e imortal do homem, meu caráter

Então eu assumo Meritíssimo, eu matei minha ilusão

Engano dos sentidos e da mente, agora tenho uma alma livre

Que goza de todos os seus direitos, que pensa e age por si, desobrigado

Livre das obrigações mundanas, agora posso sonhar e tornar realidade

Aquilo que por consenso geral ou demonstração científica, para mim existe

Tem existência real, ser, viver, estar livre como agora estou, fugi do tempo

Momento ou ocasião apropriada, atirei contra a mentira

Contra a fraude, a falsidade, contra a ilusão, contra a corrente

Que corre e que flui, que está em curso, contra ela eu fui e agora está em pedaços

Fragmentos de um trecho de minha passagem, espaço do tempo que não me assombra

Não me faz sombra, não tenho mais espanto nem terrores, tenho minhas asas

Que servem como orgãos de vôo, para que eu possa ver o Sol

Estrela cituada no centro de um sistema planetário, guiando minha vida

Minha doce existência.

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 11/12/2009
Código do texto: T1971677
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