O Jardim

O vento que traz o canto dos pássaros

É o mesmo que anuncia meu coração

O frio do inverno, leva o calor do corpo

O verão ainda está longe, mas as flores logo estarão

Florescendo no meu jardim, perdido e proibido

Negado aos mortais

Regado pelos meus ideais

Somente os tolos acreditam na primavera

Pois aqueles que não entendem, pensam que já é verão

O beija-flor bate suas asas e a borboleta está nascendo

Juntamente das flores que estão florescendo

Um jardim perfeito, cheio de capim e de flores silvestres

Na mais bela harmonia

Como uma dança

O pássaro que ao longe, canta

E aqueles que tem o ouvido para escutar

As cores tem o brilho da vida

E aqueles que têm os olhos para ver

Como é belo o jardim

Magnífico em sua mais perfeita imperfeição

Lá no centro, jaz a coroa de espinhos

Que levou a paz

Não demorou muito até que descobriram o jardim

E as folhas secas foram levadas pelo mesmo vento

Que traz o frio do inverno

E que leva o calor dos corações

Em pouco tempo, o mundo estava coberto

Pela folhagem morta, sem vida

Esquecida a coroa de espinhos ficou

E por muito tempo perdida, mas o fato

A verdade, que só os melhores jardineiros sabem

A verdade, que só os que cultivam o amor conhecem

A verdade, que a natureza é um grande ciclo

E mesmo as folhas mortas, um dia vão voltar

Para alimentar o belo jardim mais uma vez

Os pássaros voltarão a cantar

O vento voltará a soprar, sua doce brisa

Que aquece

É nisso que quero acreditar

Eu um humilde aprendiz de jardinagem

Entendendo que no jardim mais feio

Cresce a vida mais bela

Pois a beleza dos olhos não é a beleza da alma

E a beleza da alma, não pode ser vista

Somente sentida

Pergunto à ti doce rosa

O que gostaria de verdade

Paz, amor e liberdade

A mais bela das flores

A mais pura das histórias

O perdão, a negação, o perdão

Ensinamentos de um jardineiro antigo

Esquecidos, porém não estão perdidos

Simplesmente esquecidos,

Mas a memória pode ser recuperada

Assim como cada flor pode ser regada

Para que seu brilho ofusque até o maior dos sóis

E mostre para ele, o valor que uma vida tem

O poder de subir, mesmo quando se está caindo

De quem é essa mão, que rega as tuas pétalas

Oh! Doce flor do campo

Aqueles que te matam não sabem o que estão fazendo

Aqueles que te desmatam não entendem o que estão fazendo

Assim como também não sabem, aqueles que te apreciam

Porque em cada casa há um jardim

Coberto ou não, hei de existir

Em cada lugar

Vida.

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 06/12/2009
Código do texto: T1964087
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