Onde estão nossas Crianças

Andei por algumas ruas

Da minha cidade

E achei-as um tanto tristes...

Meio sem infantilidade...

Meio sem vida...

Meio sem nada...

Senti falta

De gritos,

Sorrisos marotos.

Não vi nenhum campinho

Com gente miúda

Ensaiando os primeiros chutes,

Não avistei nenhuma

Boneca penteando

Sua filha de olhos azuis

E nenhum grupo

Brincando de Pega-Pega.

Senti falta de alguma coisa...

Senti falta de vida nova...

Olhei para o céu

Não vi nenhuma Pandorga ,

Olhei para chão não vi

Nem Pião, nem Bolinhas de Gude.

Por Favor,

Onde estão os Carrinhos de Lomba,

A brincadeira com arco,

Os Carrinhos de Lata ,

As Cinco Marias,

O bom e velho Jogo de Taco

E o Jogo de Botão?

Onde estão nossas crianças,

Onde está a alegria de viver

De viajar com o amigo imaginário...

Não lembro ter visto

Alguém jogando Sapata

Ou simplesmente brincando...

Onde está

Aquela pareceria infantil?

Onde estão os brinquedos

Que fazíamos em casa?

Onde está a ingenuidade?

Por onde anda

Os pés e as mãos sujos

Do dia-a–dia?

Onde estão nossas crianças?

Infelizmente

Dentro de casa e apartamentos

Vivendo

O agora virtual,

O agora eu não posso,

Agora estou jogando

Ou um simples, agora não.

Onde estão nossas crianças?

Auber Fioravante Júnior

20/10/2005

Porto Alegre - RS