ASSUMO-ME
ASSUMO-ME
Hoje eu me penitencio
pelos pecados que eu não cometi
pelo comodismo, pela dor e o vazio
pela submissão que eu me permiti
Hoje eu rasgo o meu passado
faço dele mil pedaços
e com tudo o que me foi negado
enterro também os meus fracassos
Hoje eu aborto o meu sofrimento
esvazio-me de minhas mágoas
farei meu próprio renascimento
nascerei em novas águas
Hoje eu lavo o meu ser
e não me cobrarei mais nada
vou me vestir de esperança e viver
mudar a minha estrada
Aos meus passos darei rumo
serei a única dona de mim
se errar novamente, eu assumo
só não mais viverei assim
Fugindo de mim e do mundo
negando-me o direito de ser feliz
de hoje em diante eu me sujeito a tudo
mas serei eu, do jeito que eu sempre quis
Célia Jardim