Estranha Visita...

A noite prometia ser alegre, tranqüila, sem contratempos.

O palestrante deixava transparecer uma serenidade que afugentava a desatenção.

Os casais, lado a lado, ouviam atentos e absorviam as palavras que eram jogadas em suas direções, penetrando em seus subconscientes.

De repente, sorrateira e sem alarme ela surge, forte, indiferente e como num passe de mágica, quebra o encanto, bane a serenidade e entra sem ser convidada.

A atenção e os pensamentos que até então estavam concentrados no palestrante, nas suas palavras, se voltam assustados, se encolhem diante daquela intrusa visitante que insiste em esmagar o peito com sua força incontrolável.

De repente, a tranqüilidade é substituída por uma forte dor que dilacera o peito, transfixia o coração como se fosse uma lança incandescente e ele, indefeso, amedrontado, se curva às crueldades desta força estranha.

São momentos eternos que confunde o pensamento, embaralha o subconsciente, como um jogo de presente, passado e futuro.

As mãos pressionam o peito, tentam expulsar esta intrusa, mas ela, acostumada a chegar e entrar onde não é convidada, pouco se importa com a pressão imposta por aqueles dedos medrosos que na verdade tenta acariciar o peito, afagar o coração como prova de que ainda estão presentes.

Muitas são as perguntas, poucas são as respostas.

Seria o fim?

Tão cedo?

Os olhos, parte integrante do corpo, transportam para o subconsciente todas as cenas que, como quebra cabeças vão compondo a história de uma vida que insiste em não ceder mais espaço para aquela que aos poucos vai se transformando em verdadeira terrorista, indiferente, fria e desumana.

A luta é intensa. Mas o medo e dor desaparecem, dando lugar para o alívio e a paz.

Acabou o terror... Será que ela foi embora definitivamente ou simplesmente se recolheu à sua trincheira, fortalecendo-se para outro ataque?

Será?

Não sei.. Tudo pode acontecer com esse “tal de enfarto”.

Se ela se prepara para outro ataque, eu também me prepararei para a defesa, pois enquanto houver força, vontade e, sobretudo DEUS, não há porque recuar... se preocupar.

Tudo posso Naquele que me fortalece!

Escritor Paulista
Enviado por Escritor Paulista em 25/11/2009
Reeditado em 25/11/2009
Código do texto: T1943592