BÚSSOLA
Cansada, sofrida, solitária
eu vou a tua procua.
A fronte suada,
os pés ganhando desesperadamente
a estrada,
o coração doído pela busca vã.
A claridade se extinguiu,
o dia se fez trevas,
as sombras me perseguem,
o medo me invade
e eu me sinto tremer.
O frio se faz intenso,
a chuva molha meu corpo,
olhos furtivos me seguem,
zombam do meu sonho
e eu não desisto.
Que me importa o sol escaldante
do dia?
Eu nem o sinto.
E o frio gélido da noite
eu ignoro.
Que me importa a fadiga,
a dor, o desespero?
Eles nada são comparados ao meu desejo.
Tudo e todos me abandonam
mas não me sinto sozinha:
a tua imagem orienta minha busca.