QUERERES
Eu queria estar vivo.
Vivo de fato,
não apenas por direito.
Eu queria viver pleno.
Sem jogo de cena,
com o olhar sereno
dos justos e amados.
Eu queria alegria.
Riso fácil e contagiante,
aquele nasce da alma,
e não apenas reluz em dentes.
Eu queria felicidade.
Viver um momento de cada vez.
Mesmo que não fosse permanente,
mas que se apresentasse em regra,
e não como exceção.
Eu queria amar.
Amar com tanta intensidade e vigor
tanto quanto seria amado.
E que esse amor não fosse apenas
versos óbvios de jardim e flor.
Eu queria paz interna.
Dessas que nos deixam
em paz com o mundo.
Eu queria esta paz,
nem que fosse por segundo.
Eu queria a simplicidade.
Andar de mãos dadas,
receber um abraço e um chamego.
Deitar na grama espessa,
sob a copa de uma árvore.
Um cinema a tarde.
A brincadeira deliciosa
entre cobertores e lençóis.
Eu queria um beijo.
Daqueles que abrem as portas,
e escancaram nossos desejos mais doidos.
Eu quero coragem e sabedoria.
Fazer o que acho certo,
e assumir as consequências
do que serão meus dias.
E quando chegar a noite
ter o repouso dos justos e sinceros.