Esperando.

Esperar é um doce que dói

Dá dor de dente

E com isso escondemos nosso sorriso

Mas o coração é sempre teimoso

Ordena que tudo cesse

E continua comandando

Os olhos atentam a procura

Os ouvidos as recordações

E o corpo padece de carinho

Mas não reclama

Ele ama

A alma acomoda-se caprichosa

Enquanto as cores se escondem

Assim funciona a espera

O mundo se coloca em dores.

Um poeta teimoso

Sabedor das armadilhas vindo

Sem conseguir seguir calado

Dedilha sentimentos no teclado

E distribui seu torpor continuo

Esse é o geito dele mostrar

Assim é o seu limbo.

Então melhor que entregar-se

Desdobra vidas inteiras

Mergulhado em letras dançarinas

Que se unem ao sabor do ser

Exprimindo uma espera contínua.