DE REPENTE, O AMOR...


Vago como um menino,
No silêncio da madrugada,
O olhar desconfiado,
Perde-se no reflexo opalino,
Uma angústia desgraçada,
Deixa-me deslocado,
Tira-me a possibilidade,
De uma nova poesia,
Divido-me entre a saudade,
E os pedaços de utopia,
Tenros, espalhados,
Na sensibilidade de ser,
Um ser ainda esperançado,
De repente, tudo pode acontecer,
O silêncio tocar violino,
Anunciar a chegada do amanhecer,
Com uma sonata de Bach,
De repente, tempo novo no meu peito,
E quem sabe o meu olhar,
Encontre o mundo perfeito,
Como um orvalho cristalizado,
No vermelho do meu coração,
De repente, o amor me põe a mão,
Junte os pedaços dispersos,
De um sonho tão bonito,
De repente, em um grito,
Explícito de libertação,
Eu reencontre meus versos,
E neles perceba que existo;
Não sei como, mas, acredito,