Viver a vida
Perdi-me em um mundo sem voltas
Deixei de tecer o tapete da saída
Acabei com o sorriso da impiedade
Fiz das obrigatoriedades da vida, morte.
Integridade da alma em declínio
Submissão do próprio ser.
Hostilizar sua própria existência
Errôneo pensar humano
Descrente da sua grandeza
Entre luxuria e avareza
Assim se faz em quem não fez.
Prendi-me em livre cativeiro
Propriedade substancial luzidia
Que me fez crescer em mente, ainda em vida
Para entender que é preciso viver
Em som sereno e estridente.
Por ora pareço estar à beira da morte.
Pobre homem que bitolado de afazeres
Esqueceu o que é entender
E não entendeu que estou em pleno exercício de mim.
Ímpeto de cegueira
Não viu que apenas acordei
Para viver a vida em vida
Esta que é castelo de rei.
Fez parte de mim permutação
Do ímpio às palavras
Balada da noite em ciência diversão
Perfeita congruência, sonho de menino
Viver a vida até a hora em que bater o sino.