DAS PAREDES

Das paredes da minha infância, poucas restaram

A maior parte delas, foi derrubada para que sonhos

Pudessem entrar, cheios de luz, passos firmes, sorridentes

Instalaram-se nos móveis e pisos novos. Imóvel fiquei

Ao deparar-me com tanta luz; infância escura, assombrosas paredes

Casa abafada e tão pequena, sufocava-me a memória..Lá não ia...

Mas agora que o sol debruçou-se na janela

Pudera eu à minha infância retornar...

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Das paredes da minha infância, restaram apenas aquelas

Que escoravam a esperança de que um dia, pela porta,

A passos firmes e sorridentes, entrariam sonhos

Aqueles, até então, julgados mortos ou enlouquecidos...

(Lena Ferreira)