O vento do desejo

O vento do desejo

Era noite.

Em pleno leito, confissões ao pé do ouvido

A culpa impetuosa de um desejo inesperado

Coração inquieto...

Sentido em seu corpo o vento do desejo

Tirando-lhe a paz, o sono... a roupa

Deixando-lhe completamente despida de pudores e segredos

Que vento atrevido! Malfeitor e cruel!

Arrastou-te pra longe e eu quase não mais te vi

A distancia entre os corações era tanta

Que, embora juntos, já não mais ouvíamos a voz um do outro

Você se foi... e eu também fui!

Começamos a trilhar diferentes caminhos

Movidos pela ilusão de uma falsa liberdade

Imitaste o filho pródigo que se aventura

Que aposta tudo no que não conhece

Mas que o desejo de experimentar cega-o e o move sempre mais forte.

Olhando para o futuro incerto, ignorando a vivência do presente

Iludidos por uma miragem, em pleno deserto interior

“Procurando fora, o que está dentro!”

Procurando longe o que estava perto,

Procurando no futuro o que já vivia no presente

Tanta sede, tanta seca... tanta fome tanto chão!

O que move o coração que ama, é o desejo de vê-lo amando

E o que alimenta a paixão, é o desejo de amar verdadeiramente.

A volta é praticamente uma liturgia... com perdão, glória e celebração

“Anel nos dedos, sandálias aos pés e nova roupa!”

Um recomeço sincero, de uma partida brusca.

Perdão mútuo e confissões amorosas

Laços fortificados pelo perigo da perda e separação

Desejos cada vez mais forte de um tempo sempre novo

Não sei se és bendito ou maldito... só sei que destruístes o velho

E encorajaste o recomeço do novo

És bendito e maldito... dependendo do que causas

Se separa, se juntas... julga!!!

Caçador de mim
Enviado por Caçador de mim em 03/11/2009
Código do texto: T1902261