No ultimo degrau.

Andei, andarilho andei,

não fiz tudo o que quis,

mas, as poucas coisas que fiz,

na ingratidão da vida,

deixei vaga e perdida,

por onde passei.

E todo esse tempo em vão,

nas trilhas cruzadas,

das tristezas causadas,

pelos tombos que levei,

aos quais me machuquei

e dilacerei meu coração.

Deitei, adormecido deitei,

não sonhei o que quis,

mas, chorei aprendiz,

na faculdade do mundo,

formei-me vagabundo

e demente fiquei.

Então, lance-me ao mal,

lambendo as minhas lambanças,

implorei por vingança,

comi dos mortos,

vomitei aos porcos.

num imenso lodaçal.

Vi o avassalador,

no vale dos secos ossos,

nos desastres, nos destroços,

nas angustias e nos traumas.

Mas, nas guerras das almas,

surge o consolador.

O pão, o vinho, Lázaro, Bartimeu... "Jesus"... O milagre.