Dualismo

Maria Antônia Canavezi Scarpa

A ousadia é divina, a paciência uma virtude

tenho uma crença a seguir e muitos enigmas à decifrar,

vivo competições interiores que originam conseqüências;

travo lutas sem fim, sou um ser evolutivo,

investigo meus anseios e tenho minhas dualidades

e quando minha vida parece atingir os seus limites,

sei que são aventuras carregando-me para o desconhecido.

Nenhum risco é demasiado grande

se continuar receosa, egoísta com meus sonhos

posso ter temporal submissa às minhas fraquezas,

a natureza humana é uma grande extensão de erros,

não podemos nos esquecer das gaivotas

que sobrevoam o mar para pescar

sendo assim não posso perder o entusiasmo.

Quando deixo que se formem vácuos

entre o profano e a razão é porque perdi a arte

para tornar-me estúpida e igual

a grande virtude de uma mulher é saber inovar

equipar-se ao longo da sua vivência

com armas inteligentes, ficar afastada da inércia

ainda que chorando levantar-se para continuar.

Há muitos lugares-comuns, não posso perder

a audácia, as verdades nuas, os versos de amor,

guardar ou rasgar cartas, preciso ter espaço para as ilusões;

ter coragem e medo, saber enfrentar desafios,

quando gritar no meio do nada ter esperanças

de ver ao longo do bosque um pégaso

aproximar-se e levar-me para as regiões boreais!

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 21/10/2009
Código do texto: T1879682
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