Dualismo
Maria Antônia Canavezi Scarpa
A ousadia é divina, a paciência uma virtude
tenho uma crença a seguir e muitos enigmas à decifrar,
vivo competições interiores que originam conseqüências;
travo lutas sem fim, sou um ser evolutivo,
investigo meus anseios e tenho minhas dualidades
e quando minha vida parece atingir os seus limites,
sei que são aventuras carregando-me para o desconhecido.
Nenhum risco é demasiado grande
se continuar receosa, egoísta com meus sonhos
posso ter temporal submissa às minhas fraquezas,
a natureza humana é uma grande extensão de erros,
não podemos nos esquecer das gaivotas
que sobrevoam o mar para pescar
sendo assim não posso perder o entusiasmo.
Quando deixo que se formem vácuos
entre o profano e a razão é porque perdi a arte
para tornar-me estúpida e igual
a grande virtude de uma mulher é saber inovar
equipar-se ao longo da sua vivência
com armas inteligentes, ficar afastada da inércia
ainda que chorando levantar-se para continuar.
Há muitos lugares-comuns, não posso perder
a audácia, as verdades nuas, os versos de amor,
guardar ou rasgar cartas, preciso ter espaço para as ilusões;
ter coragem e medo, saber enfrentar desafios,
quando gritar no meio do nada ter esperanças
de ver ao longo do bosque um pégaso
aproximar-se e levar-me para as regiões boreais!