GRANIZO
As pedras vieram do Céus.
Bateram forte nos telhados.
Foi desespero pra todo lado.
Era a fúria da natureza.
Que abateu sobre o povo.
Com tanta aspereza.
E foi furando seus abrigos.
Como se fosse um inimigo.
Atingindo suas moradas.
Como a fúria de uma boiada.
Oh, tantas águas sedentas...
Impondo chuva sem dó!
Que caiu com seus raios.
Num ritmo que ninguém aguenta.
Atingindo aquela gente despreparada.
Pra enfrentar tanta enxurrada.
As águas corriam ligeiro.
Inunandando os terreiros.
Num ritmo incontido.
Que caia sem parar.
Até tudo inundar!
Amambai virou um lago...
De lágrimas das famílias.
Que abrigavam seus filhos.
Sob o manto da oração.
Enquanto ouviam tanto trovão.
Iluminando a cidade
E também o sertão.
Era um barulho sem fim.
Que também molhava em mim.
Aqui de longe.
Já que sou seu filho.
E já viu seu brilho.
Aqui onde estou.
Só vejo as notícias.
Do estrago que ficou.
Aí entra o Prefeito Lanzarini.
Que ficou com a responsabilidade.
De regularizar a cidade.
Com sua equipe competente.
Formada por homens decentes.
Que hão de encontrar saída.
Para essa tragédia.
Que num futuro.
Vai virar comédia.
Quando estiver nas lembranças...
Até daquelas crianças.
Que brincaram nas poças.
Das águas tão expostas.
Só posso dizer ao povo.
Que estou muito preocupado.
Com o seu sofrimento.
Por isso mando esses versos.
Para contribuir com o esquecimento.
De dias de tanto tormento.
Espero que tudo passe logo.
E todos voltem a sorrir.
Por que ao meu sentir.
Deus há de por sua mão.
Em todo coração.
Para que tudo passe.
E logo vire cinzas...
Como as chamas de um vulcão.