Conversa jogada fora, porém, muito séria
A vida é um verdadeiro porvir,
Ou um poema, ainda a se traduzir,
Aliás, são coisas inenarráveis,
Sem traduções, são inefáveis.
Aparecemo-nos na vida querida,
Apegamo-nos a ela sem discutir
Se é estúpida, rica ou singela,
Abastada, ou de nada provida.
Dos nossos amigos, pertences,
E dos nossos queridos parentes.
É o sorriso amarelo-contente,
Amarelecido nas falhas de dentes.
Às vezes premiando nefandos,
Ou; da gente zombando.
Fazendo afogados nas pedras
Ou pior, em melaço de aços,
Para tornar mais enjoada...
Ou, em maculado oxigênio,
Gás carbônico de gênio,
Essa fumaça encardida,
Tisnada a entorpecer sentidos
E a ofuscar retinas,
E chegar ao marca-passos.
É a vida-morte citadina.
Viver é a arte de saber crescer
Poderíamos falar da fumaça
Que mata a nossa virtuosa mata.
Não queremos parecer parricidas,
Ou genocidas desta bela existência
De nossos ancestrais-pais.
Então pedimos clemência
Ao Senhor de amor que traça
O final de nossas partidas.
Enquanto o dia permanecer
E a noite volte a aparecer
Triste e esmaecida
Abrindo as nossas feridas.
Cuidemos de nossas vidas ecológicas...