PÁSSARO AZUL
PÁSSARO AZUL
Onde gralhas teu canto,
se pinheiros não têm mais?
Onde, alegre, o teu ninho?
Teu filhotinho, onde está,
sem o fruto dos pinheirais?
Mas, araucárias? O que são?
Extinguiram-se os pinheiros
das plagas do sul.
Onde a castanha caída,
que entre folhas mortas germina,
gerando novos matagais?
Não vejo mais jovens estandartes,
fazendo arte com o seu verde espinho.
Esse viço imponente não tem mais!
Volta, gralha azul,
e povoa o teu paço;
debulha a pinha e planta o grão;
mostra o verniz azul do teu manto
gargalhando tua trilha sonora,
cobra o teu direito de existir;
esconde o ninho
entre copadas densas de pontiagudos espinhos,
enquanto houver pinhão e espaço
no chão dos teus ancestrais.