Antes do que se Imagina

Sempre aparece uma saída.

Agora não vai ser diferente.

Nem que seja uma passagem só de ida,

Para algum lugar mais quente.

O capitalismo não vai me aprisionar.

Apenas finjo respirar o seu ar.

Estou esperando ele se distrair

Para, em desabalada carreira, sumir...

Não posso a esse pouco, pertencer.

Só preciso ser

O que, na verdade, apesar de todo otimismo

E do farto lirismo,

Não estou conseguindo.

Ao meio: é como estou me sentindo.

Não posso mais me enganar.

Como está, não pode continuar.

Meu jogo de cintura chegou ao limite.

Estou sentindo o dedo em riste.

É já que começo a berrar,

Se nada se alterar.

Estou dando aviso prévio, a mim mesmo.

Não posso mais permanecer em erro.

Quero terminar a jornada,

Com a alma lavada.

Basta de decepções

E de cinematográficas traições.

Não quero mais um contentamento meia boca...

Quero a alegria toda!

Por completo,

Dentro do meu ninho discreto.

Deixem-me quieto.

Desprezo o estabelecido concreto.

Deixem-me com minha fantasia.

Levei a vida toda confeccionando essa alegoria.

Tenho pressa.

Não sei o tempo que me resta.

Quero vivê-lo sossegado,

Pela paz, emoldurado...

Em plena harmonia,

Com a mais sincera poesia.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 15/10/2009
Código do texto: T1867165