Olhos históricos
A senzala ecoa, presentifica-se em sonhos
Maltrata, magoa, ferida aberta no âmago,
Busca acalanto e bálsamo sereno,
Para estancar o sangue que se misturou ao pranto.
Olhar em teus olhos históricos,
Remete-me ao passado em desalinho,
O desconcerto, a tragédia ancestral,
Aos poucos cede a vez à tua graça.
A graça do teu sorriso, alvura e contraste
Com o ébano que tinge teu corpo,
A luz que incandeia, desprende-se de ti,
Para banhar meus dias, meu presente.
Tuas conquistas se avultam, és forte!
Relegas o banzo, és belo!
Cada dia um passo, um desafio,
Conquista teus sonhos, minha alegria!