Almas Libertas 
 
O nascimento haverá
de suplantar sempre a morte, 
até coroar-se em ressurreição.
No ressuscitar, o fim da morte. 
E o que é terrível: haverá
de ser visto como mera ilusão.
O saber transformará as grades
da prisão física
em amada morada passageira.
Os instintos haverão de ser virtudes
e o que é pesado então levitará no céu.
Conquistará asas quem sonhou
com vontade a libertação
dos apegos terrenos.
Só alça voo quem está disposto
a deixar, de forma amorosa, 
a parte animal de si.
Eleva-se ao céu
quem percebeu a potência da paz divina
ante a guerra humana.
Portal para lugar que pensava-se inatingível.
De repente, a real possibilidade.
Transformando em realidade
o que era sonho,
ave branca voando no azul do céu.
A felicidade é nascedouro
de momento onde
a individualidade está acima do ego.
E diante desse pensamento
a ave que pensava-se sozinha
vê-se acompanhada de outras.
Sentimento fraternal.
Compartilha a ventura de si
com as outras tantas,
recebendo o afeto delas também.
Estranho é, pela solidão, 
encontrar companhia,
na busca de si, achar
a tantos outros.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/10/2009
Código do texto: T1851460
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