Buscas do Ser
 
Buscando sempre, 
numa procura sem fim,

e mesmo nada encontrando,
como que titãs, 
não nos curvamos em desistência.
Talvez por conta da ingênua expectativa
de assim preservar a força da esperança,
pois que já tendo andado
boa parte do caminho,
tememos perder a sua companhia.
Amedronta-nos o a ideia
de um futuro indesejável,
e assim fazemos essa silenciosa rebelião.
Talvez por isso seja a melancolia
visita comum em nossos corações.
E não querendo senti-la,
fingimos ser meros observadores.
Assim, assistindo de braços cruzados
aos confrontos da angústia com a ansiedade.
Impondo-nos a sina
de expandir a razão
para explicar o ainda oculto.
Ficamos perdidos, 
tentando aprender
a julgar as emoções.
Tentamos racionalizar,
na busca de compreender os sentidos.
E, limitados, no entendimento, 
ainda assim não há como desprezá-los.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/10/2009
Código do texto: T1851301
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