POEIRA I
Era o pó da estrada.
Era.
Era pó.
Ela tão só.
Era madrugada.
A luz apagada.
A alma machucada.
Era tudo um grande vazio.
Ela fechava os olhos.
Imaginava um grande rio.
A correr a correr.
Ela vivia a sofrer.
A pensar e a sofrer.
Mas toda ferida pode e deve cicatrizar.
O tempo pode tudo curar.