Ilusões e Desilusões
 
Que faríamos nós se não houvesse
o lenitivo das ilusões
que vezes se tornam vício
e nos envolvem em delírio?
E então construímos
grandes castelos de areia.
Areia de praia,
de litoral, de beira mar
e que o oceano
haverá de desconstruir.
O oceano que já iludiu
os homens pensando-no infinito,
e que hoje sabemos ser apenas
gotícula d’água no universo.
Pois que além dos nossos olhos,
as lentes dos telescópios
Nos fizeram ver ainda mais,.
E, ainda assim, nem tanto revelou,
pois que o oculto se mantém
calado por detrás das estrelas.
E elas nada dizem, também,
apenas consentem,
iludem-nos com uma promessa
distante de consolação.
Desafiando os limites
da lógica e da razão.
Produzindo vezes fé,
mas vezes total descrença.
E na fé ou na descrença
acabamos por nos justificar.
E justificamos por sermos orgulhosos,
pois que pouco podemos.
Sempre saberemos de forma parcial,
e talvez assim seja melhor,
pois que além da resignação, 
que é necessidade compulsória,
está a nossa efemeridade
que nos atropela
com a ideia de eternidade,
e ficamos entre dois caminhos
de sermos animais elevados,
ou anjos caídos.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/10/2009
Reeditado em 04/10/2009
Código do texto: T1847762
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