Poesia sorrateira

Autoria

Teresinha Mendonça Almeida

Silvania Mendonça Almeida

Sorrateira, de mansinho

Não traz passaporte, nem sineta de alerta

Não cobra cachê, não trama, nem barganha

Chega completa...

Traz na bagagem o brilho próprio

o verde, a esperança, a brisa da tarde

para o refresco das fontes

e no embalo da canção, o riso dos cirineus

No espelho de suas vestes

vê-se o painel dos horizontes...colorido de mil cores...

No sentido mais profundo, a lágrima quente que corre

levando o rio do pranto, para os cursos inexplicáveis...

Procura a lembrança sincera de um passado distante,

reúne na festa do dia os sorrisos cativantes;

descarta o cobre, o marfim do requinte do salão,

dispensa a orquestra sem música e a flor sem viço e perfume...

E na plenitude sua, completa por si só,

abriga a alma do mundo, no amplexo singular,

estereliza as geleiras, e nos abismos sombrios

faz brilhar a luz sem par

No transparente verniz, resguarda o futuro painel

imortal, pelo imortal, criado pela emoção!

Belo Horizonte, 03 de outubro de 2009

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 03/10/2009
Código do texto: T1845682
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