Liberdade
Sobre pedras e buracos
Anda ele solitário
Tudo que lhe resta
Convicção e centenário
Sua existênca toda se fora
Na busca de algo imbuscável
Para ele essa era seu fardo
Nada nunca pode ser estável
Que grande ironia
Estaria esse homem cometendo
A prisão de sua mente
Numa busca de rasgo sem remendo
Resultado não tinha valor
A busca virou sua vida
Caminho invejável de dor
Aos cem só restou a ferida
Então o percebeu de repente
Que nunca irá conquistá-la
Que tudo que sempre buscou
Está coberta por uma máscara
E terminou solene, triste
Sem terminar o que começou
Desistiu pois lutava a sós
Seu inimigo nunca mudou
Só queria sentir o prazer
Que o pássaro sente ao voar
Correr sem nunca parar
Viver sem nunca chorar
Então o que seria,
Um homem livre afinal?
O que busca a liberdade
Sem medo de não alcançar
Ou o que a distingue
Como algo, impossível e banal
Esse homem ao exemplo,
Não foi atrás do que quis
E no fim da vida me disse:
"Agora meu sonho é outro
Mandar o mundo todo
Fazer o que nunca fiz"