Esse é o canto
Chora! Chora a criança nos ombros paternos
Sobre a agua, âncora paterna segurando o pobre barco
De destino tão ignorado, quanto o leme desgovernado
de um cargueiro entre recifes e icebergs.
Quebra-gelo, corta agua, pula o fogo, tudo ocorre
como o vento cortante, ora seco, ora brisa, ora frio
E o povo caminha, não há desanimo
A vida é assim mesmo, sofrer, resistir, só sofrer
E a estação das águas termina trazendo
A convalescença do outono de areias finas, maleáveis
É tempo de se brotar no coração os desejos febris,
juvenis do amor às casas mais simples.
AjAraújo, o poeta humanista, sobre a vida de pescadores, homenagem a Ernest Hemingway - Autor do clássico Moby Dick.