Eu amo três ou quatro mulheres
Dentre muitas estas já são tantas
E penso em cada uma delas
Como quem troca de camisa
E sonho com todas elas
Como quem tem sete vidas
E vou querer uma quinta
Com a qual nem sonhei
Uma quinta que ainda não pensei
 
Se eu as tenho em casa
Fico com admiração olhando
Que o segredo de olhar é amar em segredo
E fico sempre pensando
Que o segredo de amar
É pensar que é correspondido
E vou ficar a pensar numa quinta
Que o segredo de pensar é querer sempre mais
 
Eu tenho no coração
Três ou quatro mulheres
Uma não me vê
Sei que outra não me ouve
Uma outra nem me toca
E ainda uma outra nem me sabe
Eu vou querer uma quinta
Que toca o que vê
E sabe o que ouve
 
Eu não vou esquecer
Três ou quatro mulheres
Eu vou me casar com todas elas
Com uma vou ter uma filha
Com outra toda uma praia
E com outra uma ilha
E outra vai só andar de saia
Mas vou esperar uma quinta
Que vai passear de saia
Na praia de minha ilha
Com sua filha
 
Eu tenho no pensamento
Três ou quatro mulheres
Cujos nomes por amor nunca vou revelar
E por amor as rebatizarei
Santa, Branca, Preta, Gata
Mas olho no horizonte
Por uma quinta
Cujo nome eu não sei
Sei que é filha da esperança
Inimiga do desespero
Sei que traz no peito
Um conhecido sentimento
Amor, eu espero
Que o segredo de amar
É pensar que é correspondido
Mas não sei quando vai chegar
Essa mulher que me ama
Eu fico a pensar
E a esperar (esse é o segredo)
E a olhar no horizonte
De onde virá essa quinta
Mulher que vou amar
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 25/09/2009
Reeditado em 22/09/2021
Código do texto: T1831210
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