O último lamento

Escrevo esses versos como se fossem os últimos

e assim,

admiro no feio a beleza enrustida

e a cada suspiro

renovar a dureza de ser um humano.

Nada sobra de mim desse martírio

e o poetar vem como uma faca a rasgar

e deixar duras marcas de um suplício

que ainda não sei o que é.

Quero renegar a substância do fétido

presente no cotidiano das almas perdidas

choramos não sabemos o por quê?

amamos não sabemos o por quê?

respiramos não sabemos o por quê?

Em nosso monólogo,

interessante saber

saborear o infinito no finito e

beber satisfação no desespero.

Gustavo Henrique Araújo
Enviado por Gustavo Henrique Araújo em 23/09/2009
Reeditado em 20/11/2009
Código do texto: T1827192
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