O último lamento
Escrevo esses versos como se fossem os últimos
e assim,
admiro no feio a beleza enrustida
e a cada suspiro
renovar a dureza de ser um humano.
Nada sobra de mim desse martírio
e o poetar vem como uma faca a rasgar
e deixar duras marcas de um suplício
que ainda não sei o que é.
Quero renegar a substância do fétido
presente no cotidiano das almas perdidas
choramos não sabemos o por quê?
amamos não sabemos o por quê?
respiramos não sabemos o por quê?
Em nosso monólogo,
interessante saber
saborear o infinito no finito e
beber satisfação no desespero.