Arvoredos

tenho medo da nostalgia

assim como tenho medo de morrer.

vejo agora as sombras frias dos arvoredos

que eu mesmo plantei

e o sol da amanhã que nunca chegou,

e que sei que nunca irá chegar, tocar meu rosto

e as lágrimas caírem…

..e assim eu quereria,

como o sol cheio de esperança,

tocar suas mãos, seu rosto, sua pele..

..ser o vento que move seu cabelo

levando pra longe as folhas

que caem leves em seu colo..

..e quando eu estiver velhinho,

bem velhinho mesmo,

como estes que passo minhas tardes a conversar

e meus olhos se tornarem vermelhos a cada silencio…

cada palavra… cada som…

eu direi: -não ligua mulher, não é nada…

..é só a luz entre os arvoredos

que ofuscou meus olhos..