Se me tornasse poeta...

Andaria pelas estradas da utopia

Sem pressa, ouvindo o canto da cotovia

Construiria castelos de areia

Sem reinado, brincando no Arraial D´Ajuda

Comporia sonetos para expressar as dores

Com sofrimento, do povo que vive oprimido

Buscaria antídotos em versos e flores

Com sentimento, pra vida encontrar sentido

Recolheria humildemente as lágrimas que jorrassem

Nos rostos anônimos que encontrasse

Pintaria uma tela como se fosse Matisse

Nos portos distantes que ancorassem

Seria responsável por cada ato

Que dignificasse o ser e sua esperança

Teria sempre a coragem de denunciar o fato

Que impedisse o desabrochar de uma criança

Lançaria em gestos e palavras, espinho e flor

Na poesia reveladora e transformadora das consciências

Traduzida no verdadeiro idioma universal - o amor

Na alegria de aprendizes, aprendendo com as próprias experiências (e a dos outros)...

AjAraújo, o poeta humanista.