Sonho de Liberdade

Haverá tempo em
que rirei de minhas lágrimas.

Quem sabe neste dia
minha compaixão
já seja maior do que meu orgulho.

Quem sabe adquira auto-estima
que não se alimente de egoísmo,

tendo sensata segurança
que permita a tranquilidade
de não ser arrogante.

Não há por que
não alimentar este sonho,
pois se sonhar não é virtude,
também não é pecado.

Certo é que sonhar
alimenta, de alguma forma, 
a esperança e mantê-la viva
é fertilizar a própria aridez.

Por isso espero conseguir
um dia renunciar
à disputa e à competição, 
sem cobrar-me depois.

Tenho fé que um dia, 
voltando as costas
para os desafios estúpidos, 
não me sinta frágil ou vulnerável.

Quero crer que no futuro
reduzirei minha sensibilidade
à mágoa, desarmando
a armadilha da humilhação.

Acredito que haverá dia
em que, ao não me vingar
da ofensa sofrida, 
isso não faça sentir-me tolo.

Nesse dia darei a outra face,
não por ser fraco,
mas por ter força de suportar,
por ser leal à sabedoria.

Pressinto que isto poderá
trazer-me profunda solidão,
mas quem sabe este
seja o meio para desvendar
os caminhos da alma.

Descobrirei a grande lição
que ensina que acima
do dever do servo
está a consciência do filho.

Pois que o Criador não deseja servos
para nutrir seus caprichos,
mas filhos para dividir a criação.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 13/09/2009
Código do texto: T1807703
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.