OLHO NO OLHO DO MEDO

Meus medos não são segredos tocados

À ponta de faca, mas em canção branda,

Os torno visíveis e invisíveis são deixados,

Lá eles ficam e minha alma canta e anda.

Não desisto de nada, mas persisto e resisto,

Pois há sempre um desvio, um atalho, buracos

E pedras nos caminhos em que sempre insisto,

Minha alma chora muito mais pelos fracos.

Meus versos rimados e sem rimas apontam

Minha luz que não se esconde onde ando,

Algumas coisas eu temo outras me encantam

O quê me desencanta quando estou amando?

Ah folhas caiam e sejam atiçadas por vento

Feroz, que eu não deixo minha alma fugir,

Mesmo que seja atiçado por um tormento

Vou agüentando, Deus me ajuda a seguir.

Nestes mares que atravesso com meu cajado

E a força das minhas idéias que os abrem,

Compreendendo os refluxos do meu estado,

Sempre sofrendo com tudo o que me fazem.

Eu não renego nada porque tudo eu carrego,

Nem todo mundo é tudo e é daí que eu surjo,

Sou mísero, mas ao meu Deus eu me entrego.

Tenho pesadelos e choro sangue, mas não fujo.

O meu ego eu esfrego na vida que vivo

E ao que sobrevivo eu digo, aqui estou!

Tens meu renascimento quase compulsivo,

Não direi aos meus medos que não vou.

À canção dos meus medos não faço olhar,

Não são boas novidades quando aparecem,

Mas olho no olho, os devo sempre encarar,

Não acompanham meu ritmo e desaparecem.

Inspirado no poema *Olho no olho*

de Elizabeth Misciasc

11/9/2009 SSABA

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 11/09/2009
Código do texto: T1805102
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