Esperança de Luzes



A incômoda intimidade,
e a queda já não sabe
se é real ou virtual.
Dentro de si,
a caverna obscura
do cérebro,
a gruta do coração.
O eco das vozes inexistentes,
os neurônios agitados e esgotados.
Os olhares hipócritas
a vislumbrar com expectativa a queda.
Qual queda?
Onde está a queda?
Houve um mergulho?
Onde? Por quê ?
A doce loucura
que destina-se à libertação.
E liberto de que,
se um olhar persegue, 
a zombar, a cicatriz d’alma?
E por que alguém haveria
de rir-se ante o sofrimento alheio?
Que estranha morbidez,
tão condenável
como efetivamente real.
Haveria, um dia, 
uma possibilidade de luz?
Ou tudo seriam trevas.
A razão se faz cega
e pensando-se perdido,
visita a esperança.
Esta não precisa de olhos,
pois vê com o coração.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 08/09/2009
Reeditado em 05/01/2020
Código do texto: T1799116
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