EU ACREDITO
Eu acredito na vida
Na vida dos que têm fome
Na vida dos que consomem
Na vida e nas desditas
Dos doentes e dos feridos
Na vida dos mais queridos
Na vida dos esquecidos
Na vida dos que não ouvem
O grito dos desvalidos
Acredito na vida
Dos ricos e portentosos
Dos que não sentem frio
Dos que têm por guia a sorte
Dos que não pensam na morte
Dos que vivem acima
Da vida dos infelizes
Dos parias e dos famintos
Acredito também na morte
Antítese certa da vida
Quando seremos iguais
Por isso acredito na vida
E na morte como final
E como supremo juiz