CLAMOR À LIBERDADE

Devolva-me os meus versos leves,

Os versos livres de minh’alma;

Devolva-me as rimas usurpadas,

Sem nexo e destemperadas;

Liberte a minha inspiração,

E rompa as grades dessa prisão;

Arranque do meu peito essa espada

E com as suas mãos...me afague.

Devolva-me o passado encantado,

E o meu incerto futuro...

O canto do meu sorriso,

E o sal das minhas lágrimas;

O sonho que eu tinha sonhado,

E o meu pesadelo querido;

Devolva-me o meu paraíso

E o prazer desse inferno...

Devolva-me o jardim florido,

E me liberte desse mármore;

Recolha as flores desidratadas,

E a terra que me esmaga;

Afague o meu peito dorido,

E assopre nesse barro...

Acolha com sua essência, a minh’alma

E em su’alma, a minha essência...

Devolva-me meu desejo de amar,

E me ame loucamente...

Enxugue com seus lábios minha lágrima,

E sinta um diferente gosto;

Espalhe suas cores em meu corpo,

E pinte de amor essa aquarela...

Deixe-me voar sem ter as asas

Enquanto eu naufrago nos mistérios do seu corpo.

Aglaure Corrêa Martins,

João Pessoa, 31.07.2009

Moses Ben ADAM,

Ferraz de Vasconcelos, 3107/2009

A primeira linha é escrita pela poetisa Aglaure

E a segunda por mim, e assim, sucessivamente.

É sempre uma alegria compor com a minha amiga e poetisa Aglaure.