As Prisões da Mente
  
Fragmentos de memória
e de repente o abandono
do presente para entrar no passado.
Forma-se em sua mente
a imagem de meio bosque,
meio jardim, com seus frutos e flores.
O encarcerado,
o condenado injustamente
por uma janela espreita
a liberdade perdida.
Uma pequena distância
o separa, mas tudo é intocável
ante a intransponível parede.
Enjaulado como fera perigosa,
abandonado ao esquecimento;
a covardia é a força dos fracos.
Limitações, o ir e vir ceifado.
Ante tão dura realidade
somente a suavidade dos sonhos.
São olhos úmidos
que veem o voo dos pequenos pássaros,
é o coração que vai alado com eles.
Graça divina é poder compartilhar
da esperança de liberdade, 
do jugo do corpo sobre a alma.
Que o ar, sendo ser impalpável,
seja mensageiro das palavras
que somente recebem os ventos.
E na pesada solidão física 
acaba por encontrar-se
com o silêncio
da intimidade da sua alma.
Fosse possível morrer, morreria.
Mas ainda não é o tempo,
por destino não é chegada a hora.
Lamenta-se por isto,
mas acaba por aprender a esperar,
desenvolve a paciência e a resignação.
Já não busca a frieza,
sente ser preciso ter fé
e despertar a serenidade
que pacifica o coração.
Não pode deixar
que a chama ardente se apague,
mas faz-se urgente
convertê-la em suave calor.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 19/08/2009
Reeditado em 19/08/2009
Código do texto: T1762972
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.