Casebre de barro

De longe se via um ranchinho

Em cima de uma montanha.

De palha era coberto.

E uma luzinha lá dentro tremulava...

Uma janela ao lado da porta,

Uma touceira de lenha encostada.

Paredes de barro vermelho e madeira entrelaçada.

E uma luzinha lá dentro tremulava...

O céu estrelado, sem nuvem.

A lua prateada iluminava o campo

E a casinha fazia sombra no terreiro.

E lá dentro uma luzinha tremulava...

O sopro da brisa fria

Abria e fechava a janela

Que rangia dolorida...

O vento que entrava abria e

O que saia não se importava.

Deixava aberta como uma ferida que sangra.

Faca amolada...

Choro sentido

E lá dentro da casinha um candeeiro.

Com uma luzinha tremulando,

Sua labareda quente dançando com a brisa...

A esperança de ir junto com ela

Mantém a brasa acesa.

E o calor do casebre

Na noite de lua cheia.