Agosto ( à Emile Zola)

Em meio à estação...

Despedem-se a gosto,

com a última tragada de cigarro

Na lareira e com uma taça de vinho,

na calçada cobre-se com uma folha de jornal,

Na soleira da janela uma flor num jarro,

sob a marquise um vazio prato de barro

Um olhar desfolha um livro “Germinal”,

outro olhar fixa o horizonte “Marginal”

Inverno ou primavera,

inferno ou quimera,

Esta é a vida, nua e crua,

falada, escrita e lida,

às vezes uma linda cotovia,

outras um quase todavia

Este é o instante, poético, lírico,

melodramático, lúdico,

talvez um canto de utopia,

ou um apito da ferrovia.

E uma nova estação (se anuncia)...

AjAraújo, o poeta humanista, homenagem ao escritor Emile Zola, do clássico Germinal, que foi às telas com Gerard Depardieu.