ESPERANÇA

Em que ponto da jornada morreu a esperança?

Vi fragmentos dela ao longo do caminho

mas eles se perderam como fina poeira

e deixaram a angústia reinar em absoluta tirania

Desamor, violência, desprezo, angústias, dores,

corrupção na política brasileira, o povo descrente,

ah, como poderia sobreviver a esperança no caos?

Oh, alguém sabe exatamente onde a esperança pereceu?

Impossível colar pedaços da esperança perdida

a brisa se encarregou de levá-los às montanhas,

aos vales, aos oceanos, e eles se dissiparam

à guisa de água evaporada rumo às nuvens

Podemos nós viver sem um fio de esperança na alma?

Se todos os valores humanos cultuados outrora

foram jogados à lama, era ela o único elo de sôfrego

anseio ainda latejando no recôndito dos homens

Mas tudo parece ter contribuído para o fim,

o último suspiro da esperança não se fez ouvir

em meio à caminhada da existência...calou-se

o lampejo tênue do fio que sustinha os sonhos humanos

Voltar no tempo para catar os milhões de átomos

em que se transformou a morta esperança, incongruência,

quando a poeira se espalha na pradaria não, nunca,

não é mais possível agarrar o vento que rápido se foi

Onde, por favor, onde, em que espaço da trilha humana

pisoteamos o que ainda restava da parca esperança?

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 18/08/2009
Código do texto: T1759857
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.